Paulo Gracindo, na década de 50, quando era ainda radialista e apresentava programas musicais na Rádio Nacional, apelidou a cantora Zezé Gonzaga de sua "Namorada Musical". De fato não havia nada entre Paulo e Zezé, mas a musicalidade e delicadeza do canto de Zezé permitiam esses arroubos sentimentais de Paulo.
Eu sempre tive minhas namoradas musicais, desde criança. Quando bem pequenininho, minhas duas primeiras paixões foram Joanna e Alcione. Isso foi no final da década de 70 para início dos anos 80. De fato minha paixão por essas duas não era exatamente musical, embora eu até hoje ache que as duas, cada uma a seu modo, tem valor e talento, eu na realidade achava as duas lindas e queria casar com elas (!!!). Coisas de criança.
De fato minha primeira paixão musical foi Rita Lee, que eu digo até hoje que foi a minha Xuxa. Sim, pq enquanto meus contemporâneos achavam a Rainha dos Baixinhos o máximo, eu, que até podia ver o programa de TV da Xuxa quando acordava cedo (o que nunca foi meu forte), mas minha predileção mesmo era a Rainha do Rock, com sua irreverência, graça e humor. Adorava a Rita e até hoje acho que ela é uma das maiores mulheres da MPB.
Se Rita foi a minha "Namorada Musical" na infância, eu acabei casando musicalmente com outra grande dama da minha adolescência. Gal Costa foi quem monopolizou todas as minhas atenções a partir dos meus 12 anos, e ainda é a minha cantora favorita, minha eterna namorada musical, embora vez por outra eu tenha lá minhas desavenças musicais com ela. Entre indas e vindas, Gal é uma paixão que certamente me acompanhará por toda a vida, mas nossa relação se tornou madura e abriu espaço para que outras pessoas surgissem.
Na minha fase adulto-jovem fui arrebatado por um trator de emoção, calor e voz chamado Cássia Eller. Cássia foi minha terceira Namorada Musical. Na década de 90 tive a certeza de que Cássia seria a maior intérperet brasileira durante muito tempo, até que aquela tragédia aconteceu... enfim...
Enquanto meu relacionamento com Cássia ia a todo calor eu conheci uma outra moça, esta com doce voz de cotovia, a paulistíssima Ná Ozzetti, com sua afinação perfeita, seu repertório entre o clássico e o inusitado, sua m usicalidade acima de qualquer suspeita. De fato foram exatamente Gal Costa e Cássia Eller quem me levaram a ouvir (e me apaixonar) por Ná, minha quarta namorada musical. A primeira vez que li o nome de Ná Ozzetti foi numa crítica de um disco de Gal (o jornalista falava de cantoras que seguiam o estilo de Gal, entre elas as mais destacadas, segundo ela, Marisa Monte e Ná Ozzetti. Ná "who"? eu me perguntei). Em seguida Cássia, que era também fãzoca de Ná, citou-a em diversas entrevistas, o que aumentou meu interesse e curiosidade... mas acho que aí eu já estava rendido por Maria Cristina Ozzetti.
Finalmente nos últimos anos uma outra menina tem me conquistado com sua despretenção, humildade, refinamento, bom gosto. Teresa Cristina é minha quinta namorada musical, e, apesar de algumas poucas vozes chatas dissonantes depondo contra, cada vez mais tenho certeza de que Teresa veio para ficar e fazer diferença na MPB. Cinco cantoras de uma legião que me encanta. Rita, Gal, Cássia, Ná e Teresa são uma pequena grande mostra de tudo de bacana que as mulheres fazem e fizeram pela música brasileira. Adoro-as.
Como grande fã das intérpretes femininas que (também) sou, não poderia deixar de comentar seu post a respeito das mesmas. Todas elas, sem exceção, são super-talentosas; e nem é preciso ser um renomado crítico musical para perceber isso: basta termos um pinguinho de bom-gosto e bom-senso. A Rita Lee realmente é o cúmulo da irreverência. A Gal Costa representou a revolução feminina no cenário musical brasileiro. A Cássia Eller fez rock duma maneira que homem nenhum conseguiu acompanhar, nem Renato nem Cazuza; era efervecêcia pura. A Ná Ozzetti, apesar de menos conhecida pela grande maioria, dispensa comentários; criatividade deveria ser seu sobrenome. A Tereza Cristina é uma grande intérprete da atualidade sem sobras de dúvidas. Mas quero, agora, dar minha contribuição, falar de meus gostos. Três cantoras que me chamam mais a atenção do que todas aí na lista são Maria Bethânia, Clara Nunes e Elizeth Cardoso. Outras que eu também adoro são Ademilde Fonseca, Aracy de Almeida, Elis Regina, Zizi Possi, Tetê Espíndola e, mais presentemente, Fabiana Cozza, Mariene de Castro, Monica Salmaso e Flávia Wenceslau. Sei que são muitas (muitas inclusive que não recordei), mas minha paixão pelo trabalho delas é imenso a ponto de eu não poder me decidir por uma ou outra. kkk É isso! Um abraço e continue poostando. Um viva às nossas divas...
ResponderExcluirQue ótimo que voltou a postar aqui, Doug. Não pare de novo. Quase coloquei um "você sabe" depois dessa frase, hehehe.
ResponderExcluirAbraços,
Chico.
Eu sei? Poxa vida, depois dessa "ameaça" quase Bethânica fico até com medo de não postar nada... rsrs. Chico, juro a você que vou tentar postar com maior frequencia. Mas, confire sempre o site, que lá, por menos que eu me dedique, pelo menos vou postando os novos discos que vão saindo. Aliás, tentarei postar "criticazinhas" (morro de vergonha de falar "crítica", afinal não sou jornalista nem músico - sou apenas um interessado) dos novos discos de Adriana Calcanhotto, Cida Moreira e Zezé Motta em breve. Grande abraço
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